quarta-feira, 24 de maio de 2017

Relatório Final


A proposta do projeto inicial é divulgar os autores da literatura portuguesa através da cibercultura e ciberliteratura e mostrar que este é um modo diferente de se fazer literatura. O meio digital apresenta um campo imenso de pesquisa com inúmeras possibilidades de aprendizagem que através deste projeto podem ser integradas dentro da sala de aula, proporcionando uma aula mais dinâmica e produtiva.

A partir do projeto exposto foram feitas diversas pesquisas em outros blogs e mídias sociais em busca de informações sobre a literatura portuguesa na época realista. Em quase todos os casos foram encontrados conteúdos bem semelhantes uns aos outros, sem muita inovação. Há uma grande quantidade de videoaulas e vídeos de pessoas proclamando poemas de escritores realistas famosos através do Youtube. Em outros blogs foram encontrados biografias e trechos de poemas, que não se aprofundam muito no estudo da literatura realista, mas são de grande auxílio se incorporados junto ao material didático.

Infelizmente observei que esses materiais muitas vezes não são utilizados em sala de aula. As aulas geralmente são ministradas com o auxílio de livros didáticos somente e poderiam ser muito melhor aproveitadas se acrescentado estes meios tecnológicos de informação.

O blog, por exemplo, é uma ferramenta simples e descontraída para utilizar no ensino. Tanto para divulgar os trabalhos e pesquisas, como para desenvolver o que aprendido em sala de aula.

Portanto este trabalho me proporcionou olhar o ensino de outra maneira, utilizando meios tecnológicos que já possuo em meu dia a dia, mas que agora serão incorporados na aula visando ampliar o conhecimento. A ideia inicial deve continuar sendo trabalhada para que cada vez mais escolas utilizem esses meios para ampliar e aprimorar o ensino.

Plano de Aula

I. Tema

Estudo da literatura portuguesa na época realista, como surgiu e qual sua importância em sala de aula utilizando as novas tecnologias. Estudo com foco no escritor Cesário Verde, abordando todas as suas características e comparações com a literatura de outras épocas utilizando o blog como ferramenta de ensino com outras mídias sociais.

II. Objetivos

Conhecer a época realista e seus autores para a compreensão dos poemas.
Desenvolver a produção de poemas com base em escritores importantes da época.
Aprimorar a capacidade de analisar poemas com o auxilio das mídias tecnológicas.

III. Cronograma

Uma aula com durabilidade 1h50 dividida entre:
Expor as principais características da época realista, falando desde o surgimento da literatura realista até seu término, quais motivos levaram os escritores a escrever poemas desta maneira, fazer comparações também com a arte e pinturas realistas.
Apresentar a vida do escritor realista Cesário Verde com auxilio de slides, mostras suas obras e debater sobre suas motivações.
Escolher o poema “O Sentimento de Um Ocidental” que será apresentado em forma de vídeo.
Em seguida os alunos serão divididos em pequenos grupos para debate do poema que lhes foi apresentado.
Após a análise, cada grupo apresentará o que foi discutido, destacando as principais características do poema e fazendo comparações com textos não literários, apresentando as qualidades e defeitos do poema.

IV. Estratégia

Promover a análise de um poema para que os alunos sejam forçados a pensarem mediante ao que foi aprendido sobre a literatura realista e a formação de grupos auxiliará no melhor entendimento. O intuito é aprimorar a leitura dos alunos para entenderem melhor como surgiu a literatura realista e se tornarem leitores críticos.

V. Avaliação

Os alunos serão avaliados mediante a apresentação oral do que foi discutido em cada grupo e se necessário questionamentos da professora.

Bibliografia

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa.
VERDE, Cesário. O Livro de Cesário Verde.

Blogs


Já que o intuito do blog é justamente divulgar e trazer novos conteúdos, segue abaixo uma lista de blogs para auxiliar em pesquisas e estudos:

- Biografia e obra de Cesário Verde
http://pedrolusodcarvalho.blogspot.com.br/2011/09/cesario-verde-de-tarde.html

- Poesias de Cesário Verde
http://blogdospoetas.com.br/poetas/cesario-verde/

- História da literatura realista
http://realismo-portugal-brasil.blogspot.com.br/

- Características do realismo
http://teoriadaliteraturaportuguesa.blogspot.com.br/2013/11/realismo.html


Aulas Realismo

A internet proporciona um maior aprendizado se conhecermos as fontes corretas. Um dos novos meios tecnológicos de educação é a videoaula, uma aula que é gravada e disponibilizada para o público em forma de vídeo.
Estas aulas ajudam a complementar o conteúdo didático e são cada vez mais utilizadas por alunos e professores.
Abaixo alguns exemplos de videoaulas de literatura portuguesa na época realista:




Cesário Verde na parede do metrô Cidade Universitária.

Literatura na Internet


Não é nenhuma novidade que ferramentas de pesquisas na internet como, por exemplo, o Google, pode nos proporcionar acesso a inúmeras informações sobre algum assunto. Ao pesquisar mais profundamente sobre a literatura Portuguesa na época Realista surgem inúmeros artigos, notícias, trabalhos, imagens, poemas, livros completos, entre outros conteúdos para se estudar. Há uma quantidade muito rica de informações sobre o assunto, porém elas não são muito bem divulgadas.

Apesar do imenso conteúdo encontrado na internet, inclusive alguns vídeos no Youtube que apresentam a poesia de maneira diferenciada, não somente pelo texto escrito, acredito que o assunto atingiria um publico maior se fosse divulgado em uma ferramenta de comunicação presente no cotidiano de cada um. O Facebook, por exemplo, seria uma ótima ferramenta para apresentar o conteúdo, ou pelo menos parte dele, como um meio de trazer informação de uma forma simplificada. Este é um recurso que pode trazer o ensino de aula para o cotidiano do aluno de uma forma descontraída.

Através deste blog foi possível reunir algumas informações sobre o tema proposto no projeto com o intuito de divulgar ao público e promover maior conhecimento sobre o tema. Apesar deste blog não possui um grande alcance, acredito que as informações passadas foram suficientes para entreter e talvez despertar curiosidade sobre a vida dos autores e suas obras, fazendo com que o leitor busque se aprofundar no assunto.

Assim concluo que as tecnologias de informação são fundamentais para o ensino tanto dentro como fora da sala, proporcionando um conteúdo mais abrangente de maneira simplificada e descontraída. Trazer o conteúdo do papel para o virtual requer planejamento, mas obtém grandes resultados positivos.

O Sentimento de Um Ocidental, Cesário Verde

sábado, 20 de maio de 2017

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cesário Verde - Poema

Escritores do Realismo

Cesário Verde

José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa, em 25/02/1855. Filho dum lavrador ecomerciante, foi obrigado a dedicar-se às atividades práticas, que desde cedo colidiam com seu temperamento de sensitivo. A muito custo, a vocação literária impõe-se e ele ingressa no Curso Superior de Letras (1879). Assiste às aulas por pouco tempo, mas faz amizade com Silva Pinto e entra a publicar poemas no Diário de Notícias, e mais adiante noutros periódicos.
Falece precocemente, em 18/07/1886. No ano seguinte, Silva Pinto reúne em livro seus poemas dispersos sob o título de O Livro de Cesário Verde.
Na poesia de Cesário Verde, alguns temas predominantes são o campo e a cidade. Seu estilo era delicado, com emprego de artifícios impressionistas e uma sensibilidade dificilmente vista no meio literário. A forma de expressão utilizada era mais natural, pois o poeta evitava o lirismo clássico.

As características mais importantes encontradas na análise de sua obra são imagens muito visuais que tinham o objetivo de dimensionar a realidade do mundo, a mistura do moral com o físico, a combinação de sensações, comparações, metáforas, sinestesias, versos decassílabos e quadras.

Um tema recorrente nas poesias de Cesário Verde é a mulher. Ele nos apresenta dois tipos femininos, sempre atrelados aos locais em que ambienta seus versos. Na cidade, cria uma mulher calculista, madura, frívola, fria, autodestrutiva e dominadora. Em sua representação do campo, o poeta monta arquétipos de mulheres pobres, feias, doentes, esforçadas e trabalhadoras.

Antero de Quental

Antero de Quental (1842-1891) foi um poeta e filósofo português. Foi um verdadeiro líder intelectual do Realismo em Portugal. Dedicou-se à reflexão dos grandes problemas filosóficos e sociais de seu tempo. Contribuiu para a implantação das ideias renovadoras da geração de 1870.
Antero de Quental (1842-1891) nasceu na localidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, Portugal, no dia 18 de abril de 1842. Filho do combatente Fernando de Quental e Ana Guilhermina da Maia iniciou seus estudos em Ponta Delgada. Com 16 anos foi estudar Direito em Coimbra. Em 1861 publicou "Sonetos de Antero".
Em 1865, um grupo de estudantes da Universidade de Coimbra, critica as velhas ideias do Romantismo, o que fez surgir uma polêmica entre a velha e a nova geração de poetas. Essa manifestação originou-se de um texto do poeta romântico Antônio Feliciano de Castilho, no qual ele criticava as novas ideias literárias de Antero de Quental e Teófilo Braga. Antero responde de maneira violenta, escrevendo uma carta aberta que foi divulgada com o título de "Bom senso e bom gosto", nela Antero acusa Castilho de obscurantismo e defende a liberdade de pensamento dos novos escritores. Essa polêmica ficou conhecida como a "Questão Coimbrã. Neste mesmo ano ele publica "Odes Modernas".
Em 1866, foi morar em Lisboa, onde trabalhava numa tipografia. No ano seguinte foi para Paris, só regressando para Lisboa em 1868. Em 1869, fundou o jornal "A República". Em 1871, junto com Eça de Queirós, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão, planeja uma série de "Conferências Democráticas", que eram realizadas no Cassino Lisbonense. Em 1872, publicou "Primaveras Românticas".
O programa da conferência dizia, entre outras coisas, da preocupação com a transformação social, moral e política dos povos, da necessidade de ligar Portugal com os movimentos modernos de agitar na opinião pública as grandes questões da filosofia e da ciência e realizar transformações na política, economia e religião da sociedade portuguesa. Depois da quinta conferência, por decreto real, o cassino foi fechado.
Antero de Quental expressa em seus sonetos a sua inquietação religiosa e metafísica constituindo a parte mais importante de sua obra: "Sonetos de Antero" (1861), "Primaveras Românticas" (1872), "Sonetos Completos" (1886) e "Raios de Extinta Luz" (1892). É considerado, ao lado de Bocage e Camões, os grandes sonetistas da literatura portuguesa.
Antero Tarquínio de Quental sofrendo de depressão, se suicida no dia 11 de setembro de 1891, em Ponta Delgada, Portugal, sua terra natal.

Referência:MOISES, Massaud. Literatura Portuguesa Através dos Textos. 34 ed.
https://www.ebiografia.com/busca.php?q=ces%E1rio+verde
http://www.infoescola.com/biografias

Realismo

A época do realismo em Portugal inicia-se em 1865, com a "Questão Coimbrã", deflagrada pelo posfácio de Castilho ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, no qual proclamava acerbas restrições aos estudantes de Coimbra adeptos da Idéia Nova. E esmorece por volta de 1890, quando Eugênio de Castro, publicando Oaristos, desencadeia o aparecimento da estética simbolista. Numa visão mais profunda dos fatos, percebe-se que a instalação do Simbolismo não obstou que o ideário realista permanecesse atuante pelo menos ate 1915.

Na época do Realismo, quatro são as configurações assumidas pela poesia:

1. A Poesia "realista", identificada com os ideais revolucionários preconizados pela geração de 70, e representada por Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Antero de Quental, Teófilo Braga e outros;

2. A poesia do cotidiano, que trouxe à baila temas até então tachados de não-poéticos, representada por Cesário Verde;

3. A poesia metafísica, representada por Antero e, ocasionalmente, por Gomes Leal e Guerra Junqueiro;

4. A poesia de veleidades parnasianas que, se constituir tendência filiada ao Parnasianismo francês, realizava uma poesia entre formalista e lírica ou satírica, representada por João Penha, Antônio Feijó, Guilherme de Azevedo, Guilherme Braga e outros.


Referência: MOISES, Massaud. Literatura Portuguesa Através dos Textos. 34 ed.

terça-feira, 2 de maio de 2017

O que é literatura?


A literatura, como manifestação artística, tem por finalidade recriar a realidade a partir da visão de determinado autor (o artista), com base em seus sentimentos, seus pontos de vista e suas técnicas narrativas. O que difere a literatura das outras manifestações é a matéria-prima: a palavra que transforma a linguagem utilizada e seus meios de expressão. Porém, não se pode pensar ingenuamente que literatura é um “texto” publicado em um “livro”, porque sabemos que nem todo texto e nem todo livro publicado são de caráter literário.
Logo, o que definiria um texto “literário” de outro que não possui essa característica? Essa é uma questão que ainda gera discussão em diversos meios, pois não há um critério formal para definir a literatura a não ser quando contrastada com as demais manifestações artísticas (evidenciando sua matéria-prima e o meio de divulgação) e textuais (evidenciando um texto literário de outro não literário). Segundo José de Nicola (1998:24), o que torna um texto literário é a função poética da linguagem que “ocorre quando a intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, com as palavras carregadas de significado.” Além disso, Nicola enfatiza que não apenas o aspecto formal é significativo na composição de uma obra literária, como também o seu conteúdo.
Não há uma definição estabelecida acerca do conceito de literatura. Ela varia de acordo com o momento histórico e com as condições de recepção de seu material (porque embora a literatura seja basicamente composta por textos literários, ainda há inúmeras discussões acerca do que seria esse “texto” e de quais seriam seus meios de difusão). Além disso, pode-se acrescentar que a literatura é, na realidade, uma reunião de diversos aspectos estruturais, sociais e culturais dentro de uma manifestação textual. Há artistas, como o poeta norte-americano Ezra Pound (1885-1972), que afirmam que o poeta tem uma função social porque sua obra e suas palavras estão carregadas de significado. O poeta também diz que os escritores possuem uma função social definida em razão de se encontrarem na posição de escritores, de trabalhadores das palavras e, portanto, possuem responsabilidade social. Sabemos que a literatura além de refletir a realidade vista pelos olhos dos artistas, é um veículo de disseminação de ideias e, independente de seu teor, causa determinados impactos e sensações no imaginário de seus leitores.
Com o advento da internet, não são poucos os grupos de “internautas” que vêm disseminando a literatura na web. Grupos de discussão em fóruns e em comunidades das chamadas redes sociais e blogs voltados à literatura e à educação têm movimentado não apenas as discussões e críticas acerca da produção literária (nacional e internacional), mas também o mercado editorial, que vê nesse tipo crescente de discussão um meio de divulgação. Assim, pode-se dizer que há mais uma geração de leitores brasileiros, influenciada pela internet. Dizer que há uma “nova” geração de leitores pareceria equivocado, pois leitores “tradicionais” de clássicos da literatura e freqüentadores de bibliotecas físicas (não apenas as virtuais) sempre existirão.

Referência: http://www.soliteratura.com.br/introducao/introduçao.php =10px

Ciberliteratura


Não há hoje um só setor da vida humana que não esteja mediado e permeado pelas tecnologias digitais. Estas penetram em nosso presente não só como um modo de participação, mas como um principio também assimilado à produção criativada qual a literatura faz parte. Por isso, a criação, a teoria e as críticas literárias exigem a redefinição de seus paradigmas herdados da era de Gutenberg. Mediante as mídias digitais, a configuração da literatura sofreu um salto qualitativo em todos os seus aspectos, “envolvendo a instância autoral, a leitora, o contexto, o canal, o referente e o código, além do próprio discurso ou construção textual e hipertextual”. Isso obriga à reflexão, a partir de pressupostos digitais, sobre a produção literária, a recepção multimídia, a leitura e a interpretação literárias, sobre os direitos do autor, as novas formas de edição, a renovação da empresa editorial sobre as novas configurações da obra literária, sobre o acesso à literatura e sobre a função social da literatura.
(GUTIÉRREZ et al., 2006).
Quando se discutem as produções artísticas e literárias próprias do universo digital, é comum o abandono das preocupações relativas às evoluções pelas quais as linguagens vieram passando até alcançarem o ponto em que hoje se encontram. Para evitar essa forma de esquecimento, será apresentado abaixo um breve retrospecto que nos leve ao encontro das raízes que vieram dar na ciberliteratura atual. Antes disso, porém, é preciso nos entendermos quanto à nossa compreensão de ciberliteratura.
O espaço virtual gerado pelas redes de computadores funciona como um novo meio. Abre-se com ele uma miríade de oportunidades que expandem o conceito de literatura em função da emergência de novas formas de criação literária. São muitos os nomes que a literatura no ciberespaço e a profusão quantitativa e qualitativa de seus formatos, protótipos e estilos vêm recebendo, tais como: literatura gerada por computador, literatura informática, infoliteratura, literatura algorítmica, literatura potencial, ciberliteratura, literatura generativa, hiperficções, texto virtual, geração automática de texto, poesia animada por computador, poesia multimídia (MOURÃO, 2001, p. 4; COSTA SANTOS, 2010).
Apesar da variação da nomenclatura, costuma-se definir a literatura digital como aquela que nasce no meio digital. No seu livro sobre Electronic literature: New horizons for the literary (2008), Hayles a define como a criação de obras de aspecto literário importante que aproveitam as capacidades e contextos fornecidos por um computador independente ou em rede.
Em suma reconhecer a especificidade das formas literárias nas novas mídias não significa, de modo algum, abandonar o rico manancial dos modos tradicionais de compreensão da linguagem, da significação e da interação corporificada com os textos. Não é difícil concluir a partir disso que a ciberliteratura não chegou para fazer operações de diminuição ou divisão, mas para somar e multiplicar.

Referência:https://periodicos.ufsc.br/index.php/textodigital/article/view/1807-9288.2012v8n2p229/23637