sexta-feira, 19 de maio de 2017

Realismo

A época do realismo em Portugal inicia-se em 1865, com a "Questão Coimbrã", deflagrada pelo posfácio de Castilho ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, no qual proclamava acerbas restrições aos estudantes de Coimbra adeptos da Idéia Nova. E esmorece por volta de 1890, quando Eugênio de Castro, publicando Oaristos, desencadeia o aparecimento da estética simbolista. Numa visão mais profunda dos fatos, percebe-se que a instalação do Simbolismo não obstou que o ideário realista permanecesse atuante pelo menos ate 1915.

Na época do Realismo, quatro são as configurações assumidas pela poesia:

1. A Poesia "realista", identificada com os ideais revolucionários preconizados pela geração de 70, e representada por Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Antero de Quental, Teófilo Braga e outros;

2. A poesia do cotidiano, que trouxe à baila temas até então tachados de não-poéticos, representada por Cesário Verde;

3. A poesia metafísica, representada por Antero e, ocasionalmente, por Gomes Leal e Guerra Junqueiro;

4. A poesia de veleidades parnasianas que, se constituir tendência filiada ao Parnasianismo francês, realizava uma poesia entre formalista e lírica ou satírica, representada por João Penha, Antônio Feijó, Guilherme de Azevedo, Guilherme Braga e outros.


Referência: MOISES, Massaud. Literatura Portuguesa Através dos Textos. 34 ed.

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