segunda-feira, 23 de maio de 2016

Projeto de Educação Ambiental: A comunidade e o Meio Ambiente - O descarte adequado de medicamentos e objetos perfuro cortantes doméstico



Tendo em vista que a Educação Ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a sociedade tomam consciência de seu meio ambiente e adquirem conhecimentos que estão diretamente relacionados à formação do cidadão, o projeto visa conscientizar a população que faz uso de seringas e agulhas, mas também todo e qualquer cidadão que consome medicamentos com o intuito de fazê-los saber quais são os efeitos do mau descarte destes.
Agulhas de seringas, gazes, ataduras, remédios vencidos etc. são resíduos produzidos pela indústria farmacêutica e hospitalar que, devido a suas composições químicas, é de extrema importância que o descarte destes seja feito de forma correta, pois é prejudicial ao meio ambiente e a saúde do ser humano.
A falta de informação e instrução às pessoas que tem contato com esses objetos ainda é bastante grande nos dias de hoje; muitos são profissionais da área hospitalar e farmacêutica e tem conhecimento sobre os riscos que o mau descarte destes pode acarretar porem, parte das pessoas que precisam simplesmente manusear este tipo de objeto em domicilio por questões de saúde ainda não foram conscientizadas sobre o assunto.
A conscientização será a principal pauta deste trabalho e o objetivo é estimular de maneira interativa e dialógica uma discussão social e ambiental sobre o problema do descarte de medicamentos, seringas e agulhas no ambiente.


O local escolhido para a implementação do projeto se localiza na região da Zona Norte de São Paulo, mais especificamente no bairro do Tremembé, que tem em média 200.000 moradores e é caracterizado pela paisagem campestre e clima ameno, pois é envolvido por grande vegetação da Serra da Cantareira e o Parque Horto Florestal. Sabendo que os moradores da região valorizam as áreas verdes, o ar mais fresco e a melhor qualidade de saúde que tudo isso os proporciona e que o desmatamento dos mananciais ali dispostos para a passagem do progresso tem crescido nos últimos anos, pensamos neste local porque acreditamos que a aceitabilidade do processo de conscientização seria maior em relação à população que não pode desfrutar desses recursos naturais.



Vamos nos conscientizar e passar informação adiante!

Abaixo, é possível ver um pouco do nosso projeto em imagens que retratam a questão ecológica do assunto e os locais que visitamos para a realização do projeto: 
Nem pelo ralo nem pelo lixo!


Se você faz uso de seringas e agulhas em sua residência, junte-as em garrafas PET e leve à unidade de uma UBS mais próxima de sua residência. Você estará ajudando o meio ambiente e às pessoas que trabalham com a coleta de lixo!

Posto de Saúde Horto Florestal - Zona norte de São Paulo

DESCARPACK - Esta é a caixa coletora dos materiais perfuro cortantes usadas em postos de saúde, hospitais e até mesmo por diabéticos, pois é disponibilizada juntamente com seringas, fitinhas etc para portadores desta em postos de saúde e, conforme cheia, retornam à unidade para o descarte.


Lixo hospitalar deixado por pacientes diabéticos no Posto de Saúde D. Mariquinha Sciascia - Zona Norte de São Paulo.


Os remédios vencidos ou em desuso também podem ser levados ao posto de saúde mais próximo. Nunca os descarte juntamente com o lixo comum de sua casa! Eles podem contaminar solo, água e atmosfera!


Ou entregue-os em uma farmácia participante da iniciativa da coleta destes.
ECOMED - Máquina coletora de medicamentos instalada em uma rede de farmácia de São Paulo


OU SENÃO...

Material hospitalar descartado juntamente com lixo comum entra em combustão espontânea por conta dos resíduos químicos


Ave é encontrada morta depois de ingerir resíduos hospitalares :(



Um esqueminha para entendermos melhor como funciona e como deveria funcionar o descarte.


E o que acontece exatamente quando descartamos medicamentos pela pia ou pelo vaso sanitário?



Animação feita por alunos da PUC-RJ

Agora, vejam o breve vídeo que fizemos na unidade da UBS D. Mariquinha Sciascia com a auxiliar de enfermagem Vanuza:





A parte educacional também deveria aderir a conscientização, a fim de mobilizar a redução ao máximo de medicamentos que possam cair em desuso incentivando o uso fracionado destes, o descarte separado do lixo comum nas residências e na busca de um pensamento não individualista, pois a natureza por si só não se arranjará frente a todas as degradações que temos imposto a ela.


É uma atitude simples! Não vamos mais ser imprudentes... ;)
Colabore você também!




Por Arianne Constancio e Fernanda Kimura

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Processos e fluidez na leitura

Assim como sabemos, há dois processos de leitura:

Leitura global > Instantânea
Leitura de análise e síntese > letra por letra, sílaba por sílaba ou palavra por palavra

Afim de analisar como estes processos ocorrem de fato, fizemos um vídeo com uma adolescente estudante do 8º ano lendo um crônica de Luis Fernando Veríssimo e, verificamos que o número de palavras que ela leu em voz alta por minuto foi de 136. O que é um ótimo desempenho na leitura!

Vejamos agora, Júlia lendo a crônica "Pechada":



Quantas palavras é possível ler em um minuto?



É certo que quanto mais lemos, maior é o nosso entendimento sobre o texto. A prática da leitura nos leva a ler com mais fluidez e quanto mais fluidez, maior será a compreensão do texto, quanto mais veloz é a leitura, maior entendimento, portanto, uma criança em fase de alfabetização tem mais dificuldade de entendimento, já que, a leitura desenvolvida por ela é de letra por letra, sílaba por sílaba, palavra por palavra.
Uma pessoa alfabetizada pode atingir no momento da leitura em voz alta, a marca de, no mínimo, 90 palavras em um minuto.
Pensando nisto, fiz um teste.
Li um trecho de um texto em voz alta e cronometrei, atingi a marca de 214 palavras em um minuto. Após isso, pedi que uma criança lesse o trecho de um livro em voz alta e cronometrei.
A criança tem 7 anos e está no segundo ano do Ensino fundamental e que gosta muito de leitura.
O trecho escolhido foi do livro "O diário de um banana", de Jeff Kinney, leitura atual da criança.
Em um minuto ele leu 99 palavras em voz alta. Após o teste, questionei se ele havia compreendido o texto e ele disse que sim e que estava muito engraçado.

Postado por Fernanda C. Maurício

Análise da Conversação

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Transcrição do áudio acima exposto.
Contexto: Como preparar uma massa.

C - A:: tem pra descongelar... tem ai não tem?

A – Tem

[ M - ( )

C – Deixa eu dar uma juntada nela... quer ver ó... assim é só vai fazendo assim ó... (ela) vai ficar bem... entendeu pra juntar bem assim... dá uma:: tá vendo o jeito que tô ()

A - Uhuum

C - Pega com bastante força e faz assim até ela:: ir se ajuntando até ela vai virar uma:: uma massa ( ) quer ver ó... quer ver ó... e depois o certo... a vó até da uma surra nela não da?

V – DÁ:

C – Da umas batidas nela assim

V – Aham::

C – Ta veno ó vai nessa posição assim ó com bastante força ó põe seu corpo assim ó vai::: e:: ( )
[ A – (Entendi)

C – Vai lá... i::sso com força em cima dela... ae:: em cima i::sso... ae... em cima... pode ver que tá virando uma bola num tá?

A - Uhum

[ C - Uhum... ISSO...

E - (...) que que você quer fazer?

M - Sai pra lá ()

[ C- (fazer isso) até virar uma bola

V - A vó faz tão rapidinho...

C - É ela tem...

[ A - É ela tem pratica né




Transcrição feita por: Fernanda Kimura, Arianne Constancio, Fernanda Mauricio e Cristiane de Lima.

Tipos de Leitor: Ascendente e Descendente


Um texto pode ser lido e interpretado de diversas maneiras, isto é, cada leitor percebe e interpreta um aspecto diferente durante o processo de leitura. Ao ler um texto muitos aspectos estão implícitos pelo autor e podem ser interpretados com a ajuda dos conhecimentos de mundo que o leitor possui.

Mediante esta afirmação, surgem dois tipos de processos de leitura: a descendente e a ascendente. O primeiro tipo está relacionado à leitura superficial do texto, em que hipóteses são criadas e confirmadas ou não durante a leitura. Já o segundo está muito mais ligado ao texto em si, na análise cada palavra e frase contida no texto.

Um leitor pode ser considerado descendente quando faz uma leitura muito rápida e superficial e ainda assim compreende a ideia principal do texto, porém deduz o significado de frases a partir de seu próprio conhecimento e muitas vezes são incoerentes. Há também o leitor ascendente, aquele que analisa melhor cada linha, tem uma leitura mais vagarosa, mas muitas vezes não entende a ideia geral apresentada em um texto. O leitor considerado ideal, aquele que compreende o texto desde a ideia geral até as entrelinhas, é um leitor que mescla os aspectos de leitura de um leitor ascendente e descendente.

Portanto os dois processos de leitura são fundamentais na formação de um leitor, em que ele saiba equilibrar tantos os aspectos descendentes quanto os ascendentes ao ler um texto.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Estratégia de leitura - Criação de hipótese através do título.

Antes da leitura de um texto levantamos hipóteses e criamos expectativas em relação à leitura.
Essa hipótese já é levantada logo quando lemos o título de um texto ou um livro, por exemplo.
Diante deste fator, foi efetuado uma pesquisa referente à expectativa criada em relação ao título do livro "Morangos Mofados".

Pesquisa realizada com uma leitora assídua de "romances".

Diante a pergunta: Qual o tema provável do título "Morangos Mofados"?
A leitora respondeu: -"Eu não sei, mas imagino que seja uma história de época contada num cenário que seria uma fazenda e os personagens seriam os Senhores de Engenho, proprietários de escravos, talvez a história conte algo sobre alguma rivalidade entre um patrão e seu escravo.
Questiono, então, o motivo pelo qual ela chegou à esta conclusão e a resposta dela foi:
-"Por causa do título, "Morangos Mofados", tudo a ver com cenário de fazenda e me veio à cabeça uma história assim."

Para quem não conhece "Morangos Mofados" é o título de um livro escrito por Caio Fernando Abreu, livro este que foi considerado uma obra-prima pela crítica literária.
Ele é o quarto livro de contos do escritor brasileiro, foi escrito em 1982 e aclamado como o melhor livro daquele ano.

Sinopse: O que primeiro chama a atenção na leitura de "Morangos Mofados" é a fineza de estilo, a agudeza e a percepção de Caio Fernando Abreu para tratar da essência, do que há de mais profundo no ser humano. A busca, a dor, o fracasso, o encontro, o amor e a esperança vão se delineando nessa série de contos que se entrelaçam quase como se fossem um romance. "Morangos Mofados" foi o maior sucesso de Caio, que lançou 11 livros e foi traduzido para diversas línguas.



Postado por Fernanda C. Maurício.

Estratégia Metacognitiva - A escolha de um livro pelo título.



Você terminou de ler um livro interessante e já quer começar uma nova leitura. Como escolher esse novo livro?
Para isso, você pode analisar alguns fatores:
O quanto a capa chama a sua atenção e o quanto a sinopse desperta o seu interesse.
Você pode fazer pesquisas pela internet ou considerar indicações de amigos ou críticos literários.
Mas, e se você tivesse somente a informação do título do livro, como você escolheria?
Pensando nisso, questionei uma leitora sobre como seria a sua avaliação no momento da escolha de um livro, sendo somente pelo título. Enviei algumas opções e o resultado foi o seguinte:

Fernanda: Qual desses livros você escolheria apenas pelo título?
1- A linguagem das flores.
2- Desculpa se te chamo de amor.
3- Budapeste.
4- O circo da noite.
5- Nove plantas do desejo e a flor de estufa.

Leitora: Escolho o "Circo da noite", porque me remete ao meu estilo favorito, que é aventura ou mistério. Os outros títulos me soam romantizados e não tenho muita paciência com romances.

A leitora fez sua escolha usando a estratégia de eliminação dos títulos que ela considera que seja "romance" e faz uma previsão de que o título escolhido é do seu gênero favorito.
Essa é uma das estratégias metacognitivas, em que o leitor faz previsões sobre o tema de um livro que pode ser tanto pelo título, autor ou até mesmo pela capa.
A estratégia metacognitiva pode ser acessada antes, durante e/ou após a leitura, sendo necessário que o leitor faça decisões acerca de quais as mais adequadas para o tipo e gênero textual em questão.

Abaixo, deixo a sinopse do livro escolhido pela leitora:

"O Circo da Noite" - Erin Morgeinstern. (2012).
(Ficção fantástica).


"Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar.

Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá.

À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam.

Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba."

Postado por: Fernanda C. Maurício.










domingo, 15 de maio de 2016

Estratégia Metacognitiva: Criação de hipóteses/previsão/expectativa

Certa versão do famoso conto da Chapéuzinho Vermelho foi apresentada a uma adolescente e esta foi questionada antes e durante a leitura sobre quais expectativas ela tinha diante do texto um tanto peculiar que estava prestes a ler porque afinal, esta era a versão do Lobo Mau, do qual ela ainda não conhecia.

Sendo assim, nossa adolescente disse antes da leitura que:

"Eu acho que em toda história ambos os lados tem de ser ouvidos. Mas eu nunca parei para pensar no lado do Lobo Mau! Talvez ele não seja tão mau assim... Acho que no fundo todos tenham um lado bom, a gente só tem que tentar entender porque nem sempre demonstram. Quero muito saber porque o lobo "sempre" foi mau! As vezes pode ter comido a Chapéuzinho e a Vovó porque era seu instinto..."



A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo) 

Adaptação do vídeo de Celso Antunes



Esta história será contada de uma maneira não tradicional. 

Certa manhã, estava eu passeando pela minha casa – sim, porque eu não sei se vocês sabem, mas a floresta é a minha casa – e, de repente, deparei com uma visão terrível. 

Vi uma menina vestida com uma roupa vermelha horrorosa, com um chapéu vermelho igualmente horroroso, carregando uma cesta cheia de produtos embalados com material plástico, que leva milhares de anos para se desintegrar na natureza. 

Imaginei que ela fosse fazer um piquenique ou coisa parecida e pensei: não posso permitir que ela deixe aquele material jogado pela mata. Ela vai sujar a minha casa e dos meus companheiros de floresta. Vou tentar preveni-la dos cuidados ecológicos fundamentais. Por outro lado, que descuidados são esses humanos: deixar uma menina tão pequena passear pela floresta desse jeito, correndo o perigo de ser apanhada por algum predador (dentre os quais eu me incluo). 

Como eu estava com o apetite devidamente saciado resolvi, sem segundas intenções, falar com a menina e induzi-la a sair da floresta pelo mesmo caminho por onde entrou. Isto seria melhor para todos...e assim o fiz, mas, assim que me deparei com a menina, ela foi logo gritando feito uma louca e me batendo com a cesta que tinha na mão; nem sequer me ouviu, não me deu oportunidade para falar o que eu queria e explicar o motivo da nossa conversa. Só repetia várias vezes que eu não iria comer o lanche que ela havia preparado para a sua vovozinha, que eu era horrível, que isso e aquilo. Logo vi que não conseguiria atingir o meu intento. Mas...ela é só uma menina...e assim pensando, resolvi perdoá-la. 


Neste momento, peço a garota que dê uma pausa na leitura e me diga como acha que a história continuará, com base n que foi lido até o momento, quais suas perspectivas em relação aos próximos acontecimentos:

"Eu continuo achando que o Lobo não seja tão mau. Acho que ele vai sim fazer algo mas também, ele acabou de perdoar a Chapéuzinho, né... Então não sei. Talvez ele apronte com ela mas creio que vai se arrepender depois. Não queria que ele fosse mau de verdade!"

Apesar de ter ficado furioso com ela num primeiro instante, resolvi procurar por uma velhinha que, algum tempo antes, havia construído uma casinha de madeira perto do rio. Na época, todos nós aqui da floresta havíamos ficado furiosos com ela, pois derrubou nossas árvores e, assim, destruiu a casa de muitos de nossos companheiros animais para construir aquela casa horrenda, mas, devido à avançada idade, resolvemos relevar e deixá-la ficar. Só podia ser ela a vovozinha daquela menina tão mal-educada. 

Segui por atalhos que só nós, moradores da floresta, conhecemos e, assim, cheguei na casa da velhinha bem antes da sua neta. Segui um caminho muito longo para alertar a senhora dos males que ela e a sua neta poderiam provocar no nosso ecossistema, mas ela também não me deu a menor oportunidade de me pronunciar; foi logo me batendo e fazendo um escândalo tremendo, muito barulho, muita gritaria, virou-se e pegou uma velha espingarda, certamente com a intenção de matar-me. Não tive outra alternativa, senão comer a velha senhora. 

Minutos depois, a menina acabou chegando na casa da sua avó. Sabendo que ela iria provocar novo escândalo, resolvi me disfarçar e, assim, vesti algumas roupas da tal velhinha e tentei me fazer passar por ela, deitado em seu leito. 

Quando ela chegou, tentei dissuadi-la a ir embora o quanto antes, mas a menina novamente começou a me insultar dizendo: que nariz grande e horrível você tem...que orelhas estranhas você tem...que olhos caídos e remelentos você tem... Eu procurei responder a todas as perguntas com ternura, mas para tudo há um limite, e minha paciência já estava em ponto de se esgotar, quando tirei o disfarce. Diante dos gritos da menina, e temendo a aproximação de caçadores que sempre afluíam ao local, não tive alternativa senão comê-la também. 

Meu temor, no entanto, se concretizou: um caçador me encontrou e, antes mesmo que eu começasse a me explicar, atirou impiedosamente e me acertou... agora, cá estou eu, com a barriga aberta, moribundo, e vocês ainda estão vibrando com isto, ensinando suas crianças que o malvado dessa história sou eu...isso é muito injusto, muito injusto. 


Vídeo: 10 Histórias Exemplares. Celso Antunes. Coleção Grandes Autores – Atta-Mídia e Educação

sábado, 14 de maio de 2016

Entrevista com uma adolescente sobre leitura

Arianne: Júlia, quais são os tipos de livro que você mais gosta de ler?
Júlia: Gosto mais de romance e histórias que me façam rir.

A: Você costuma ler somente textos que a escola recomenda ou gosta de procurar outros tipos de leitura?
J: Eu leio mais o que a escola recomenda mesmo... Não é sempre que tenho vontade de procurar algum legal. Mas às vezes quando a capa ou algo assim me chama a atenção eu começo a ler. Mas até que alguns dos que li para a escola acabaram me surpreendendo... (risos)

A: Você tem costume de ler blogs, revistas, jornais, algum texto online etc.? 
J: Eu até tenho... Mas só leio mesmo o que me interessa. Vejo muitos textos grandes no Facebook também mas, só continuo a ler se me dá vontade de saber mais. Isso também acontece em algumas revistas daquelas para meninas da minha idade, sabe...

A: Quando você entra em uma loja para comprar um livro, qual o tipo de leitura que vem primeiro a sua cabeça?
J: Romance ou bibliografia de famosos... Sabe? 

A: O que você acha sobre as histórias de contos de fadas? Já aprendeu alguma lição com elas?
J: Acho que são inspiradoras! É uma forma de mostrar para os outros, principalmente crianças, a realidade de uma forma mais leve... Tanto coisas boas quanto ruins.
Já aprendi com elas. Sobre inveja na história da Branca de Neve e sobre a vingança e a maldade não valerem a pena na história da Cinderela... Uma hora o feitiço vira contra o feiticeiro! (risos)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Pesquisa: Objetivo de leitura

Em uma pesquisa feita com um grupo de pessoas numa página online sobre literatura, percebe-se que a maioria dos entrevistados preferem ler livros com histórias narrativas.
Das 31 pessoas que participaram da pesquisa, 27 delas relataram estarem lendo livros do gênero "romance". Todas elas afirmaram que escolheram este gênero por distração e prazer.
3 pessoas informaram que estão lendo biografia, e de acordo com seus próprios relatos, o objetivo é conhecer mais sobre a história de vida daquele que é o personagem central da biografia.
Apenas 1 pessoa está lendo um livro teórico, sendo da área do Marketing e ela relatou que o objetivo da leitura é a paixão pela área e elaboração de seu TCC.
Todas as pessoas afirmaram que amam ler e que o grande objetivo no momento da leitura é a garantia de prazer proporcionado por um livro com um bom conteúdo.

Pesquisa realizada nos dias 11 e 12 de Maio de 2016.

Por Fernanda Costa Maurício.


terça-feira, 10 de maio de 2016

Sondagem sobre leitura.

Pesquisa sobre os gêneros textuais mais lidos envolvendo pessoas entre 15 e 25 anos integrantes de um grupo de literatura.

Algumas das principais conclusões observadas ao realizar a pesquisa com este grupo específico:


- Romance foi eleito o gênero mais lido.

- O segundo gênero mais lido é ficção científica.

- 9% dos entrevistados leem outros gêneros textuais não citados na pesquisa como: textos acadêmicos, suspense e fantasia.

- Mais da metade dos entrevistados leem gêneros narrativos.

- Gêneros como receita, resenha crítica e biografia foram pouco citados durante a pesquisa e mostraram um baixo índice de leitura.

Fica claro que os gêneros textuais mais lidos são os do tipo narrativo, em que apresentam um narrador, personagem, tempo, espaço e enredo.

Por se tratar de pessoas participantes de um grupo de literatura, a leitura é focada em textos que os agradam, que os mantém entretidos. Se esta pesquisa fosse realizada com um grupo de estudantes universitários, provavelmente os gêneros lidos seriam outros, como: artigos científicos, seminários, biografias, textos acadêmicos e entres muitos outros. Poderia também ser feita uma sondagem de leitura somente com crianças que estão sendo alfabetizadas, neste caso, os gêneros utilizados seriam os mais simples e instrutivos como, por exemplo, as fábulas. Estas são somente algumas hipóteses, mas que poderiam ser estudadas com diferentes grupos sociais.

Portanto a pesquisa revela que os gêneros textuais mais lidos por este grupo específico de pessoas são os do tipo narrativo, mas sem descartar os demais gêneros textuais que estão presentes no cotidiano de cada um.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

As Habilidades de Leitura – Quais os conhecimentos e habilidades de leitura que um aluno deve ter?


“Ler é ser um pouco clandestino, é abolir o mundo exterior, deportar-se para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário”.
Lionel Bellenger


A leitura é uma das atividades mais importantes e fundamentais que os seres humanos podem desenvolver.  É a partir dela que podemos compreender a realidade em que estamos inseridos e chegar a importantes conclusões sobre o mundo e os aspectos que o compõe.
A habilidade que se deve ter de leitura não é somente traduzir sílabas ou palavras em sons. A boa leitura deve passar pelas seguintes etapas:
  • Decodificar;
  • Compreender;
  • Interpretar;
  • Reter

Primeiramente o aluno deve decodificar os símbolos escritos. Faz-se uma leitura superficial a fim de notar palavras desconhecidas para encontrar sinônimos.

Segundo Angela Kleiman (1993 apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 82), "As práticas de leitura como decodificação não modificam em nada a visão de mundo do leitor, pois se trata apenas de automatismos de identificação e pareamento das palavras do texto com as palavras idênticas em uma pergunta ou comentário”.


No processo de compreensão, as respostas estão explícitas no texto. O aluno deve captar o sentido do texto lido, deve saber sobre do que se trata o texto, qual a tipologia usada, compreender a ideia que o autor pretendeu passar e ser capaz de resumir a essência do texto.

“Ler é interagir com o texto, considerando-se o papel do leitor, o papel do texto e a interação entre leitor e texto”. (MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 85)

Nesta etapa da leitura, o aluno deve interpretar uma sequencia de acontecimentos ou ideias que estão implícitas no texto. Apenas com uma boa compreensão do que se leu será capaz de interpretar os sentidos do texto que não estão escritos literalmente.

“Na vida estamos envolvidos o tempo todo em interpretar. Um amigo diz uma coisa que a gente não entende. A gente diz logo: "O que é que você quer dizer com isso?". Aí ele diz de uma outra forma, e a gente entende. E a interpretação, todo mundo sabe disso, é aquilo que se deve fazer com os textos que se lê. Para que sejam compreendidos. Razão por que os materiais escolares estão cheios de testes de compreensão. Interpretar é compreender.” 
                                                                                                            Rubem Alves


Na última etapa, a retençãoo aluno deve ter a capacidade de reter as informações trabalhadas nas etapas anteriores para assim aplica-las: fazendo analogias, comparações, reconhecendo o sentido de linguagens figuradas ou subentendidas, e o principal, aplicar em outros contextos e fazer um paralelo com o seu cotidiano e assim, fazer suas próprias análises críticas.

"A melhor coisa que a escola poderia oferecer aos alunos é a leitura (...) se um aluno não se sair bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, a escola já cumpriu grande parte de sua tarefa". (CAGLIARI, 1996)

É importante ressaltar que, apesar de todas essas etapas serem importantes no aprendizado de leitura em fase ainda escolar, não deve ser de maneira alguma uma técnica resultante de uma mecanização ou receita a ser seguida. Este conhecimento se dá por meio do processo de aprendizagem, reflexão e interação dos alunos; e pela “provocação”, esta por parte do professor pois, cabe a ele conhecer seus alunos no que diz respeito a seu estilo  de vida, cultura e ideologias e tomar como ponto de partida as experiências já vividas pelos alunos; valorizando suas opiniões e seus conhecimentos de mundo pois, nenhum aluno é uma tábua rasa.

Como mediador, o professor deverá permitir que seu aluno compreenda a leitura como uma atividade importante no contexto escolar mas também na sua vida fora da escola. A formação de uma postura crítica não se dá isoladamente do contexto em que se vive; é preciso que o aluno, tanto na leitura de textos informativos como de textos literários, seja despertado para perceber quais elementos estão autorizando as diversas posturas que podem estar implícitas ou explícitas no que leu e quais as relações que essas leituras podem apresentar com o seu cotidiano.


“Aprende-se a ler com textos (...) que funcionem realmente para leitores; aprende-se a ler lendo textos que não se sabe ler, mas de cuja leitura se tem necessidade. Ler é uma negociação entre o conhecido, que está em nossa cabeça, e o desconhecido, que está no papel; entre o que está atrás e o que está diante dos olhos.”

Foucambert

Referências bibliográficas

MENEGASSI, Renilson José; CALCIOLARI, Angela Cristina. A leitura no vestibular: a primazia da compreensão legitimada na prova de Língua Portuguesa. Maringá: UEM – Acta Scientiarum, v. 24, n. 1, pp. 81-90, 2002.

CAGLIARI, Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Ed. Scipione, 1996.

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed., Porto Alegre: Ed. Artmed, 1998.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Resumo do livro: Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura

No livro “Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura” são analisados em quatro capítulos os pequenos aspectos que compõem a compreensão de um texto, um livro ou qualquer outra forma escrita, desde o conhecido como simplesmente passar o olho no texto até a leitura e compreensão mais aprofundada para chegar a um bom entendimento do que foi escrito.

Logo na primeira parte, a observação que Angela Kleiman faz é que todo leitor tem um conhecimento que está fora do texto, ou seja, há informações que não foram citadas, mas que o leitor consegue compreender. Esta compreensão somente é possível por três tipos de conhecimentos: o conhecimento linguístico (conhecimento da própria língua), conhecimento textual (conhecimento de gêneros textuais) e o conhecimento do mundo (conhecimento sobre o assunto) que desenvolvem o nosso conhecimento prévio.

Já no segundo capítulo ela explica que é necessário ter um objetivo conforme segue a leitura e criar hipóteses e mais hipóteses para de tentar deduzir a informação do texto. Este é o chamado de desenvolvimento metacognitivo, em que o leitor começa a pensar e formular hipóteses sobre o que virá a seguir.

No terceiro capítulo chamado "Estratégias de Processamento do Texto", ela mostra a importância da coesão e coerência na formação de um texto. A coesão está ligada a microestrutura, em que pequenas partes ligam o texto como um todo dando construção a coerência, ou seja, a macroestrutura que da o sentido ao texto como um todo.

Finalizando o livro, no último capítulo a autora ressalta a importância não só do leitor, mas também do autor para a construção de sentido de um texto. Sendo que o autor deve escrever de forma clara a conduzir o leitor, dando pistas para a construção objetiva do texto.

Portanto a autora consegue mostrar de forma clara e simplificada a importância de cada aspecto do processo de leitura, sua obra possui uma grande riqueza nesta área, tornando-se uma grande forma de estudar e compreender melhor a construção do sentido de um texto durante a leitura.